Para que a gestão seja feita corretamente, o gestor precisa realizar a análise de dados. Saber como os equipamentos estão se comportando, sendo utilizados e qual é a sua durabilidade é importante para identificar a situação real da empresa.
Dois dos principais indicadores de manutenção usados nessa análise são o MTBF (Mean Time Between Failures) e MTTR (Mean Time to Repair). Índices importantes para medir o período entre as falhas e o tempo necessário para corrigir um problema.
Você já ouviu falar deles? Quer descobrir qual é a diferença entre esses dois indicadores e qual é a importância deles no plano de manutenção?
Veja, neste post, como são calculados esses índices e por que é importante acompanhá-los. Também, quais são os outros indicadores que a empresa deve acompanhar, caso queira realizar uma gestão mais completa.
Boa leitura!
MTBF e MTTR: o que são e como calcular?
Para simplificar a explicação, separamos cada um dos indicadores em dois tópicos. Nele explicaremos qual é a finalidade deles e como é possível calculá-los. Confira!
MTBF
MTBF, conhecido também como Tempo Médio entre as Falhas, é um indicador de manutenção que mede a confiabilidade dos ativos. Ou seja, indica quando uma máquina ou equipamento poderá apresentar uma falha.
O resultado desse índice é dado em horas, porém não significa a previsão exata de quando o ativo pode quebrar. É, na verdade, uma projeção de tempo para que a empresa possa se preparar e assim programar a manutenção.
Com esses dados, o profissional pode programar correções com antecedência e assim impedir a falha. E, se perceber que o ativo está apresentando erros com frequência, avaliar a possibilidade de trocar por um mais novo.
A fórmula para descobrir o MTBF é a seguinte:
MTBF = (TD – TM) / P
No cálculo do MTBF o gestor pega o tempo total em que uma máquina esteve funcionando (TD) e diminui pelo tempo total de manutenção (TM). Depois, divide esse valor pelo número de falhas ocorridas durante o período (P).
MTTR
Já o MTTR, também conhecido como Tempo Médio Para Reparo, é um indicador utilizado para medir o tempo que os funcionários vão levar para consertar um ativo. Ou seja, a capacidade da equipe corrigir a falha.
A fórmula para descobrir o indicador é:
MTTR = TM / P
Nesse cálculo o gestor deve pegar o tempo total gasto com os reparos (TM) e dividir o número pelo total de reparos realizados no período (P).
Assim como o MTBF, o indicador MTTR também é importante no chão de fábrica, pois auxilia o profissional na identificação de problemas de inatividade e controle de reparos.
Diferença entre os indicadores MTBF e MTTR
Enquanto que o MTBF é usado para descobrir o tempo médio entre falhas, o MTTR mensura a média de tempo que o operador leva para realizar os reparos após a ocorrência da falha. Ou seja, o MTBF praticamente ajuda a prever os problemas, e o MTTR a medir o tempo necessário para corrigi-los.
Para ficar mais claro a diferença entre esses dois indicadores, veja o exemplo:
Digamos que o MTBF de um equipamento de criticidade alta é 6 horas. Esse número indica que o ativo sofre problemas com frequência (6 horas é um período baixo), e que a empresa vai precisar interromper a produção a cada necessidade de reparo.
Agora, digamos que o MTTR desse mesmo equipamento crítico é 40 minutos. Isso mostra que a cada nova falha, a empresa terá que paralisar sua produção por volta deste período.
Já pensou se todos os equipamentos da fábrica possuem um MTBF baixo e apresentam falhas regularmente? Ou o MTTR alto, e a produção precisar ser interrompida por horas? A empresa não só pode perder desempenho e qualidade, como arcar com uma série de prejuízos.
Para que a sua empresa não corra esse risco, o ideal é que você mantenha o MTBF alto e o MTTR baixo. E para conseguir esse resultado nos indicadores é necessário aplicar a manutenção.
Benefícios de calcular o MTBF e MTTR
Um dos grandes benefícios de usar os indicadores MTBF e MTTR é que eles ajudam a reduzir os períodos ociosos em ativos. Porém, as vantagens não se resumem apenas a isso. Abaixo, veja todos os ganhos que a empresa pode ter ao acompanhar os números:
Aumento da disponibilidade do parque fabril
Sabendo qual é o tempo médio de falhas e o tempo necessário para realizar os reparos, fica mais fácil para o profissional elaborar um plano e aplicar os diferentes tipos de manutenção. E, assim, aumentar a eficiência e disponibilidade das máquinas e equipamentos.
Maior segurança nos processos
Uma vez que aumenta a disponibilidade dos ativos, a empresa consegue reduzir significativamente os problemas relacionados à produção. E, com isso, aumentar a segurança nos processos fabris.
Mais qualidade nos produtos
Se os processos não sofrem com paradas ou erros, a empresa consegue garantir uma produção eficiente e limpa. E, consequentemente, fabricar apenas produtos com qualidade.
Aumento na eficiência das entregas
Além de aumentar a disponibilidade do parque fabril, garantir a segurança nos processos e assegurar a qualidade dos produtos, os indicadores MTBF e MTTR ainda ajudam a empresa a reduzir o tempo na entrega. Inclusive, cumprir prazos.
Maior satisfação de clientes
Com as entregas ocorrendo dentro dos prazos e os clientes recebendo todos os produtos com alta qualidade, o que acontece? Aumento na satisfação. Isso pode ajudar a empresa na fidelização e captação de clientes novos. E, claro, no aumento das vendas.
Qual a importância dos indicadores num plano de manutenção?
Há tempos que a manutenção vem sendo utilizada como estratégia. Antes era realizada apenas quando o equipamento estragava, mas agora pode ser aplicada previamente para impedir a paralisação da fábrica e perda de produtividade.
Quando o profissional de gestão acompanha os indicadores, ele consegue ter acesso a informações atuais e mais confiáveis para montar um bom plano de manutenção.
Porém, quando não faz uso dos índices, fica sem saber como está o real desempenho dos ativos, principalmente quando as falhas podem ocorrer e quais equipamentos precisam de consertos e reparos. Também não sabe qual é o tipo de manutenção ideal para cada máquina.
Ou seja, sem o auxílio dos dados, ele não consegue ter uma visão ampla sobre a empresa. Logo, não consegue elaborar um plano de manutenção eficaz e nem garantir que o chão de fábrica estará sempre funcionando.
Como implantar e acompanhar os indicadores MTBF e MTTR
Quando falamos em acompanhar indicadores, é comum os profissionais pensarem que precisam fazer os cálculos à mão e monitorar todos os dados em uma planilha.
Até pouco tempo, era assim que as coisas realmente precisavam ser feitas. Mas hoje, com o acesso à tecnologia, implantar e acompanhar o MTBF e MTTR pode ser mais simples.
Para dar uma ideia, existem softwares de manutenção como, por exemplo, o Keepfy, que conseguem realizar os cálculos de forma totalmente automática. Ou seja, o gestor só precisa acrescentar algumas informações-base, que o sistema fica encarregado de mensurar os indicadores e manter um histórico salvo dos resultados.
Além de fazer os cálculos, a ferramenta certa ainda disponibiliza dashboards automatizados e de fácil compreensão. O que facilita (e muito) na hora do profissional fazer a gestão, tomar decisões e montar um planejamento de manutenção.
Existem outros indicadores que a empresa deve acompanhar?
Além dos índices MTBF e MTTR, existem outros indicadores de manutenção que a empresa deve acompanhar, caso queira realizar a gestão da manutenção mais completa. Veja agora quais são os principais:
1. Availability (A)
O availability é um indicador que informa a disponibilidade dos ativos. Isto é, o tempo que a máquina ou equipamento estará disponível para realizar suas tarefas conforme o planejado.
Para descobrir esse indicador, a empresa deve usar a seguinte fórmula:
A = MTBF / (MTBF + MTTR) x 100 %
2. Confiabilidade (R)
A confiabilidade é um indicador de manutenção que mede a chance do equipamento funcionar durante um determinado tempo. Quando esse índice é baixo, significa que a produtividade está comprometida e que melhorias precisam ser implementadas.
Saiba tudo sobre: confiabilidade
3. Replacement Asset Value (RAV)
Esse indicador mede o Valor de Reposição do Ativo. Representa o custo de reposição que a empresa teve de máquinas, equipamentos, instalações, suporte, entre outros.
4. IMBA
O IMBA é um indicador que mede o custo total de manutenção por ativos imobilizados. Esse índice serve para o profissional mensurar o custo da manutenção que a empresa teve com os ativos sem depreciação.
Portanto:
O profissional que quer aumentar a capacidade de produtividade da empresa precisa acompanhar os indicadores. Por meio dos números, ele será capaz de estruturar um planejamento mais eficaz para realizar as manutenções e tomar decisões mais estratégicas para os negócios.
A empresa se torna mais competitiva porque passa a avaliar como está o progresso da fábrica. Também a distribuir melhor as atividades e diminuir o tempo de paralisação no campo fabril.
Em resumo, a empresa se torna mais bem preparada para superar as adversidades do setor porque consegue garantir o funcionamento dos equipamentos e a qualidade dos produtos. Auxiliando, assim, para que a indústria sobressaia entre as concorrentes.
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